quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mary Land e Fábio DeSilva no Xeque-Mate!

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Se você é um amador do cinema independente, não poderá perder o programa Xeque Mate desta semana, que contará com a participação dos cineastas potiguares Mary Land Brito Silva e Fábio José de Silva, idealizadores do documentário “Sangue do Barro”, que foi vencedor do Projeto DOCTV Brasil IV - edição 2008. O documentário aborda a exploração da violência pelos programas jornalísticos sensacionalistas a partir de uma série assassinatos ocorrida no Rio Grande do Norte. Genildo Ferreira de França marcou a cidade de Santo Antônio dos Barreiros ao cometer 15 assassinatos em série em menos de 24 horas. Pouco antes dos assassinatos, Genildo havia escrito uma carta a um destes programas solicitando espaço para se manifestar. Sem conseguir o espaço desejado, Genildo encontrou seu lugar na mídia por meio de uma série de crimes.

Durante a entrevista ao nosso programa, Mary Land e Fábio DeSilva falaram sobre a escolha do tema e as dificuldades encontradas por eles durante as gravações do documentário que os revelaram nacionalmente, assim como os trajetos de suas respectivas carreiras. Segundo Mary e Fabio, o documentário Sangue de Barro não lhes rendeu apenas o prêmio, como também uma parceria que proporcionou um "casamento" profissional perfeito. Os nossos entrevistados têm um vasto currículo no âmbito profissional. Mary Land é natural de Natal e encontra-se solteira na arualidade. No passado, ingressou no meio acadêmico no curso de letras, com licenciatura em Língua Inglesa pela UFRN. Dois anos e meio passados, trocou de graduação, começando a cursar Jornalismo pela mesma instituição, onde conseguiu ser diplomada como aluna laureada quatro anos depois. Após a formação, ela atuou nos meios de comunicações locais: trabalhou na TVU, foi coordenadora do jornalismo da TV Potengi e coordenadora de pauta e repórter da TV Ponta Negra. Em 2005, foi para São Paulo estudar, trabalhando como assessora de comunicação, roteirista e diretora de documentários, além de dar aulas na área do audiovisual em algumas instituições, como o SENAC/SP, na cidade de Campinas. Mary Land já ganhou outro prêmio com produção audiovisual através do projeto “Revelando Brasis”, da TV Cultura, com o vídeo “Pipa, praia em poesia”. Atualmente, ela é Assessora de Comunicação da Fundação José Augusto, está prestes a concluir o seu mestrado em São Paulo e colhe os frutos do seu maior e mais recente projeto concluído com êxito: Sangue de Barro.

Fábio DeSilva, como é mais conhecido, também é natural de Natal. É graduado em em Publicidade e Propaganda pela UnP (Universidade Potiguar). Em 1998, atuou como roteirista, produtor e diretor do documentário “Cinema Italiano, a poesia em película”. Em 2005, produziu e dirigiu o vídeo-clipe do grupo de hip hop “Agregados”, que o proporcionou o título de melhor diretor do prêmio ANGAR. Em 2007, foi assistente de direção do longa-metragem “Federal”, que terá sua divulgação agora, neste segundo semestre. Atualmente, é professor titular da UnP ministrando as disciplinas Produção e Direção de TV e Cinematografia para o curso de Publicidade e Propaganda, além de ser professor orientador de TCC’s de Comunicação e coordenador do núcleo de cinema e vídeo e da TV Universidade. Para o seu futuro profissional, tem idealizado dois projetos de curtas criados por ele: “Um Conto do Natal” e “A Pizza”.

Segundo os produtores, a principio a idéia do documentário abordaria a visita de Mário de Andrade ao Rio Grande do Norte, que aconteceu há 80 anos. Mas, por acharem que a temática escolhida não se adequava ao tema do DOCTV daquele ano, “quando a realidade parece ficção é hora de fazer documentários”, eles optaram por mudar de tema faltando apenas duas semanas para o término das inscrições do concurso. O novo assunto escolhido foi a então polêmica série de assassinatos ocorrida na comunidade de Santo Antônio dos Barreiros (hoje Santo Antônio do Potengi), pertencente à São Gonçalo do Amarante, em 1997. Embora os documentaristas tenham encontrado dificuldades quanto à existência de um material preciso durante as pesquisas, como o numero exato de vitimas e o real motivo que explicasse tal chacina, a realização do documentário foi bem sucedido. Para eles, mesmo o documentário tendo sido baseado nas informações da população, houve certa dificuldade na aproximação com as pessoas da comunidade, porque poucos falavam a respeito do assunto. "O assunto está muito vivo na memória das pessoas da cidade", disseram os dois.

A outra fonte de pesquisa utilizada por eles foi o material fornecido pela a imprensa local, em especial a TV Ponta Negra. Mary Land e Fábio DeSilva afirmam que a idéia do documentário não é trazer nenhuma resposta ou explicação para o acontecido, mas apenas a ordem dos fatos de acordo com quem vivenciou aquilo, propiciando ao espectador que ele tire as suas próprias conclusões.


Texto: Dayhenni Molick/Assessoria.
Fotos: Diana Coelho/Edição e Vinícius de Oliveira/Assessoria

Programa Xeque-Mate: há sete anos, a melhor jogada das suas sextas-feiras, às 19 horas, na TVU!