domingo, 1 de novembro de 2009

Vatenor de Oliveira, Artista Plástico Potiguar

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Lamentamos a não postagem deste release antes da divulgação do programa da passada sexta-feira (29), devido a problemas técnicos. Contudo, postamos agora garantindo o bom teor da informação a você, nosso internauta! Gratos pela compreensão!

O artista plástico natalense, Vatenor de Oliveira Silva, nasceu em 1953 e foi criado no bairro de Igapó, às margens do Rio Potengi, onde se lembra com saudade dos cajueiros que tanto lhe acompanharam desde cedo. E foi justamente daí que Vatenor retirou a sua maior inspiração para o trabalho. O caju é, desde o início da carreira, o tema central de suas telas, um símbolo que para sempre marcará o artista e o deixará conhecido como o “Pintor dos Cajus”. Com mais de 2000 mil candidatos inscritos, Vatenor de Oliveira, aos 16 anos (1969), é classificado para o gr upamento de fuzileiros navais aqui de Natal. Contudo, dos 75 selecionados, os 55 mais velhos preenchem as vagas de Natal e os 20 que “sobram” são remanejados para o Batalhão Payçandú no Rio de Janeiro.

Lá ele sofreu perseguição de dois superiores (um tenente e um sargento) que o interrogaram sobre supostas atividades ilícitas de alguns de seus colegas fuzileiros navais. Por não entregar seus colegas de farda, Vatenor foi pressionado, preso e perseguido por tenentes e sargentos da marinha brasileira, até ser dispensado. Queria continuar na carreira militar, mas não pôde. Em 74 Vatenor começa a trabalhar na casa de molduras ‘Vidraço’ onde tem seu primeiro contato com o mundo da pintura. Em seu trabalho teve acesso a diferentes artistas e artes, mas descobriu uma grande admiração por “Vicent Vangogh”, chegando até a encontrar várias semelhanças entre os dois, como o fato dele ter nascido exatamente 100 anos após seu ídolo e de ambos terem tido uma infância humilde e pais protestantes, o dele da assembléia de Deus e o de Vangogh de uma mina de carvão holandesa.

A partir de então se descobriu autodidata e começou a pintar. Não demorou muito para ser reconhecido no cenário cultural do Rio de Janeiro e logo realizar várias exposições individuais, o que ele mesmo considera um desafio para poucos. Em 1986 se muda para os EUA, mais precisamente para Nova Iorque, onde realizou duas exposições e uma em Washington anos depois. Seu enorme sucesso na América do Norte garantiu uma exposição em Paris em 1988 na galeria Debret. E para se inspirar, ele retornou à cidade do Natal e passou seis meses pintando essa exposição parisiense. Sua volta deixou um desejo de retorno definitivo, principalmente pela carência que o artista percebeu no cenário cultural de Natal. Então em 1992, Vatenor retorna e se candidata a vereador tendo em vista modificar e melhorar a cultura no estado. Não ganha a eleição e também não se arrisca novamente. Mas em 1997, com a administração de Wilma de Farias, ele se torna seu braço direito, começa a coordenar a ‘Capitania das Artes’ ( função que ocupará por nove anos) e junto a criar várias alternativas para a cultura no RN, como: “ O salão de artes Plásticas do Natal” e o agora desativado “Salão jovem” que acolhia jovens entre 14 e 21 anos revelando vários nomes para o estado, entre outras medidas como uma lei que obriga todo prédio de natal com mais de mil metros ter uma obra de um artista potiguar ou não que tenha a profissão comprovada por no mínimo há dois anos.

Atualmente, Vatenor se prepara para a grande exposição que contemplará seus 35 anos de carreira e contará com obras de 74 à 2009. O evento acontecerá de 6 a 30 de novembro na capitania das Artes a partir das 19h30min. O artista confessa que não tem o que reclamar quando olha para trás e analisa sua carreira, principalmente por saber que sempre teve apoio e que contribuiu para a cultura não só do RN, como também de todo o Brasil e até do mundo, já que ele tem quadros até na Rússia. Vatenor ainda revelou que considera artista mesmo quem compõe uma obra individual e irreverente. Diferente de tudo o que já existe, por isso o nome de sua exposição: Vatenor: luz-cor-cajus 35 anos arteiro sempre ( arteiro, segundo sua concepção, alguém que cria algo inesperado, já que ele procura fugir da obviedade em sua obra). Para o futuro, Vatenor afirma que tem planos de escrever um livro, mas que não quer mais pintar telas, pretende trabalhar apenas com suas molduras (possui uma empresa de molduras administrada pelos irmãos no RJ) e divulgação de toda a sua obra feita até então.

Texto: Alexsandro Costa/Assessoria. Fotos: Vinícius de Oliveira/Assessoria.


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