segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Natureza x Cidades

Por Caroline Bittencourt


A degradação e o comprometimento da natureza selvagem foram intensificados pelo crescimento descontrolado das cidades e de suas atividades industriais de alto impacto ambiental. A reversão dessa crise ambiental depende de iniciativas que reavaliem o papel da cidade e a participação de cada cidadão na educação ambiental e na transformação de comportamentos. 

Todos os dias vivenciamos alguns dos mais graves problemas ambientais contemporâneos: as questões da água, do lixo, da poluição e do alto consumo de energia. Claro que a solução desses problemas depende de vontade política, práticas públicas e planejamento urbano, mas depende também da colaboração ativa de cada um dos cidadãos.

Alguns exemplos de “casas ecológicas” são divulgados com freqüência na mídia. Essas casas, quase sem exceção, estão localizadas em ambientes não-urbanizados: pequenas comunidades, fazendas, praias e montanhas, e são vistas com curiosidade e interesse pelo público como experiências excêntricas com um tom futurista.

Um dos desafios da arquitetura contemporânea é o de conseguir desmistificar esse assunto e desenvolver projetos residenciais no interior das cidades, em lotes comuns, valendo-se dos conceitos de arquitetura sustentável e de “casa ecológica” adaptados ao ambiente urbano e às condições locais de disponibilidade de materiais e mão-de-obra.

A inserção de casas e edifícios sustentáveis nas cidades brasileiras nos próximos anos pode ter um efeito multiplicador de grande importância, sugerindo novos comportamentos, e sinalizando para a sociedade outros caminhos possíveis na ocupação do solo urbano com grandes vantagens econômicas e ambientais.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Discutir educação: até quando?

Por Felipe Joseh    

Muito se fala em educação no Brasil, ela sempre é pauta de acaloradas discussões políticas e sociais, e sempre apontada como a melhor forma de desenvolvimento justo e humano para a sociedade como um todo. Nosso país vive um momento inédito na história da educação pública, o acesso às universidades está cada vez mais facilitado e faz parte da política governista continuar abrindo as portas e gerando oportunidades iguais para todas as classes. Nada mais justo por parte do Estado, os grandes questionamentos são: a nossa educação básica está sendo suficiente para preparar os líderes e profissionais do futuro? Quantidade de alunos inseridos num ambiente acadêmico equivale à qualidade e profissionalismo dos mesmos?

A educação fundamental, aquela que constrói os alicerces de uma sociedade, demonstra sinais de fragilidade no Brasil. Sempre amarguramos péssimas posições em rankings educacionais mundiais. Os resultados não mentem, só reforçam o que é observado constantemente em nossas escolas e universidades: educação ainda não é um assunto relevante para as autoridades deste país. Alguns setores já demonstram conseqüências dessa “ferida educacional”; o Brasil carece de profissionais na área tecnológica, que é fundamental para um país que ostenta a posição de emergente.

A situação dos profissionais da educação também é preocupante, cada vez menos pessoas se interessam em se tornar professores, logo eles, que são a base para o crescimento das futuras gerações e os responsáveis pela tão sonhada revolução educacional que a sociedade almeja e alguns políticos prometem há tantas e tantas campanhas.

A grande dúvida que perdura nas discussões acadêmicas é quando a educação de qualidade deixará de ser uma mera ambição, e efetivamente se tornará uma realidade. É preciso largar a imobilidade e fazer acontecer na prática. A sociedade já está cansada de discutir educação como um mero projeto.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Do For All ao “Para Todos”

De uma festa para estrangeiros até o ritmo do nordeste, o forró teve diversos momentos.
Por Renato Souza

Existem varias considerações sobre a origem do nome forró. Duas são as mais aceitas, a primeira veio da idéia que quando os norte-americanos faziam suas festas em Pernambuco, no início do século 20, colocava-se um aviso com a seguinte frase: “For All” (Para Todos), nas portas dos lugares onde aconteciam as festas que tocavam o estilo derivado do xaxado. A outra versão, defendida pelo historiador Câmara Cascudo, diz que a origem é o termo africano “forrobodó”, que significa festa, bagunça.

Em seu início a música era tocada com uma sanfona, uma zabumba e um triângulo. Em alguns povoados pequenos do país, forró significa bailão popular ou arrasta pé, onde se dança de tudo. Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Gravatá, Mossoró e Juazeiro do Norte, onde é símbolo da Festa de São João, e nas capitais: Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, São Luís e Teresina, onde são promovidas grandes festas e o ritmo se torna a música mais popular.

O forró tornou-se um fenômeno popular em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Depois de um período de desinteresse na década de 1980, o forró ganhou novo fôlego da década de 1990 em diante, com o surgimento e sucesso de novos trios e artistas de forró. O programa Xeque-Mate de hoje terá como entrevistados os integrantes do grupo Meirinhos do Forró.

O grupo é composto por três irmãos: Cláudio Freire, voz e zabumba; Ana Cláudia, voz e triângulo; e Clauberto Freire, acordeon e backing vocal. Tudo começou no dia 27 de janeiro de 2002 quando Clauberto, aos 12 anos de idade, segurou uma sanfona pela primeira vez. Desde de então ele, encantado com o som que seus dedos eram capazes de produzir, começou a ensinar os irmãos mais novos. Muitas foram as dificuldades enfrentas pelos três irmãos, mas eles nunca desistiram de seguir com seu sonho, a música.

Ao longo de sua carreira, o grupo Meirinhos já lançou 05 CDs. Em 2006 lançaram o seu primeiro CD, com o título "Sertão do Cabugí", e agora em 2011, lançam o novo CD titulado "Além da razão – Ao Vivo". Já tocaram em diversos lugares do Brasil, mas o auge da carreira dos Meirinhos foi o convite que surgiu para tocarem em Lisboa, Portugal, e a realização de uma turnê pela Europa.



domingo, 2 de outubro de 2011

Xeque Mate reprisará a entrevista com o Prof. Arnon de Andrade



Por Laura Felipe


Desde cedo tendo contato com a comunicação e educação, o professor Arnon de Andrade foi matriculado por seu pai no programa “A Hora da Criança”, onde eram produzidos materiais radiofônicos e teatrais, permanecendo ativo no projeto até os 19 anos. Sua trajetória o leva a afirmar que não escolheu sua profissão, e sim que ela o escolheu, dando mostra do quão grande é o seu envolvimento com a comunicação e a docência.

No golpe militar de 64, Arnon trabalhava na Petrobrás e foi demitido do cargo, por ser responsável por um jornal sindical de esquerda na empresa. Antes do golpe porém, como militante do Sindicato dos Jornaleiros, organizou a primeira greve da história da Petrobrás. Após sua demissão, cursou na UFBA o curso de Psicologia da Educação.

Influenciado por sua mãe, uma professora, e já atuando como tal, em 1971, Arnon de Andrade se especializou em Produção de Televisão Educativa e fez mestrado em Tecnologia Educacional, ambos no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No mesmo ano se engajou como coordenador do projeto SACI de teleducação, cujos experimentos realizados no RN resultaram em 72 na atual TV Universitária, com sede em Natal. Como a primeira emissora geradora de televisão do Estado, a TV Universitária foi importante ao produzir programas sobre os fatos locais, ocasionando uma identificação da população. Nessa época, Arnon foi diretor geral da TVU.

Nessa sexta, nosso entrevistado abordará sua experiência como comunicador e educador, além de outros temas como: o conteúdo da TV pública e privada, o poder da TV e sua função como meio de entretenimento.